No fim da década de 70, um amigo conseguiu que eu e Mario Jorge Martins (meu parceiro e praticamente meu irmão) fôssemos recebidos por um dos monstros sagrados da música brasileira: Roberto Menescal, que era então diretor da Polygram.
Muito generoso, o Menescal gastou incontáveis minutos, talvez horas, explicando um montão de coisas a esses dois desconhecidos. Música em geral, tendências do mercado fonográfico brasileiro, expectativa dos ouvintes, características das músicas de sucesso, direcionamento de carreira, motivos para a longevidade de gênios como Chico, Caetano e Gil... Uma infinidade de dados. No fundo, uma ótima palestra. Ele devia ter cobrado por isso.
Passei dias pensando naquilo e assimilando. Daí, por pura curtição, resolvi compor como se o Menescal (que chamei indevidamente de "meu produtor") me tivesse pedido para fazer um samba de breque visando o sucesso.

CURIOSIDADE: Enquanto eu compunha e cantava cada vez mais agudo, Luciana, minha primogênita, ficou me olhando como se estivesse estranhando muito a minha voz. Aproveitei e incluí esse detalhe na letra. O resultado foi a música que só mostrei ao Menescal muitos e muitos anos depois.

MEU PRODUTOR Compositor: Daltony Nóbrega - Intérprete: Daltony Nóbrega

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